segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O falso protesto
Uma vez numa terra longínqua há muitos anos alguém se tornou meu inimigo. Com letras capitais: INIMIGO. E eu não gostava nadinha desse inimigo. Queria que ele se manifestasse contra mim para que eu tivesse chance de desmascará-lo, de combatê-lo. Mas nada acontecia.
Eu bem sei, ele me maldizia pelas costas. Logo eu que não tenho culpa de nada. Justo eu que sempre fracasso em tudo e, portanto, não tenho motivos para ter inimigos.
Pois bem, como era de se esperar, planejei uma ação coordenada. Seria assim: eu picharia - euzinha mesma - uma parede da minha casa: PERSSONNA NON GRATA
Ato contínuo faria queixa na delegacia de polícia.
Talvez as pessoas não saibam que eu sou dada a uma pichação. Básica. Spray preto.
Acho magnífico o dourado, o prateado. Ainda não experimentei. Nem sei se vou. Afinal, valorizo a liberdade.
Então picharia a minha própria parede em protesto ao meu inimigo. Autodestruição? Loucura? Não. Estratégia.
O detalhe é que o meu inimigo era pessoa muito conhecida e inclusive detendo poder político e social. Mas nem de longe tão querida quanto eu. Digo eu, o personagem da minha história. Não me metam nessa confusão por favor.
E a reação foi exatamente aquela que eu esperava. Caiu todo mundo em cima da cabeça do meu inimigo. Bem, demorou um tempinho até as autoridades se certificarem que fora ele o autor do crime.
O coitado tentou se defender, apresentou álibi e tudo mais. Só que eu como tinha fama de falar sempre a verdade ganhei a causa. Eis aí o instrumento mais poderoso de engano que existe: a fachada de santidade. A dissimulação.
Foi assim que eu consegui desarmar o meu inimigo, antes que ele se levantasse contra mim pra me destruir. Com o provérbio alemão: A ação tem um impacto mais poderoso do que a palavra.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Meu primeiro texto
Encontrei uma pérola esse fim de semana no meu quarto. É o primeiro texto que eu escrevi. Depois de grande, claro. Nada de redações sobre árvores e familiares, lá do primário. Nunca fui ruim em redação. Aliás, sempre fiquei acima da média. Meu segundo melhor score no vestibular foi redação.
Não obstante nunca imaginei que poderia escrever um blog de textos. Só porque me deram um empurrãozinho mesmo. E agora eu não consigo mais parar. Não posso mais parar. Fiquei dependente. Viciei.
Então voltando ao assunto inicial o tal do texto é uma iniciação à numerologia. Alguma parte copiei do Terceiro Motivo, de Malba Tahan. Aí vai:
A propósito, quem inventou o ano de 12 meses só podia ter sido a igreja mesmo. Afinal, foram 12 os apóstolos, foram 12 as tribos de Israel, 12 os fundamentos da Nova Jerusalém...
Note que o mês lunar - período entre duas lunações iguais - tem 29,5 dias, e o mês civil 28 a 31 dias. Se o mês civil tivesse 28 dias - o que seria vantagem para as mulheres com ciclo regular, pois não teriam mais que calcular a data da próxima menstruação - teríamos 365 = 13 * 28 + 1, ou seja, 13 meses de 28 dias mais um dia sobrando - que poderia ser decretado feriado.
Outra curiosidade: os sacerdotes pagãos adoradores do sol usavam amuletos com quadrados mágicos 6X6 que somavam 111 horizontalmente, verticalmente e diagonalmente. Logo as seis linhas e colunas somavam 666. Acho que você já ouviu falar desse número não é?
Este número simbólico repete o 6 três vezes porque o 3 é a veneração dos pagãos. O número três para o pitagóricos - os seguidores de Pitágoras, aquele matemático do triângulo retângulo, você deve saber - era tido como um número divino. O sete era o número sagrado. O quatro simbolizava o mundo material.
Até hoje os sábios e os doutores que analisam os mistérios dos Ritos e Símbolos, não descobriram a razão de ordem social ou moral pela qual o Al Corão fixou em quatro o número de esposas legítimas que um bom muçulmano pode trazer para a sombra do seu lar.
Por que não cinco, sete ou mesmo treze? Estudem os filósofos e matemáticos esse problema que se apresenta até agora como insolúvel.